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quinta-feira, 20 de março de 2014

Decifra-me ou devoro-te

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A compreensão e análise das emoções abre novas perspectivas em nossos relacionamentos, aprendemos não só expressar as emoções de forma mais coerente e saudável, mais nos tornamos capazes de avaliar e identificar a autenticidade de expressões emocionais e a veracidade ou tentativa de manipulação em determinadas situações, e ao nos tornamos mais tolerantes com as reações emocionais sejam elas agradáveis ou não, promovemos em nós o crescimento emocional, intelectual e emocional.
Conta a lenda, que alguns séculos atrás no Egito antigo, a Deusa Hera contrariada pelos moradores da cidade de Tebas, enviou como castigo uma terrível criatura: a Esfinge, uma besta com cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia que invadiu a cidade destruindo os campos e afugentando os moradores. A única forma de destruir ou se livrar de um terrível destino era adivinhar o enigma proposto pela mostro, caso contrário o destino seria morrer devorado pela fera. 
O Enigma da Esfinge era:
"Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde e é mais fraco quando tem mais pernas?"
"Decifra-me ou devoro-te",
Dizia a Esfinge. E com esta frase abalava psicologicamente suas vítimas.
O treinamento do controle emocional é determinante para o sucesso pessoal e profissional em nossas vidas. Além de ser a forma mais poderosa para se obter conhecimento, visto que através da concentração, meditação e contemplação, aumentamos exponencialmente a nossa capacidade de absorver dados, solucionar problemas e reter informações. Desta forma, canalizamos nossos pensamentos e os transformamos em conhecimento evolutivo.
Édipo, filho do rei de Tebas e assassino inconsciente de seu próprio pai, tinha controle sobre suas emoções e pensamentos, foi ele quem solucionou o mistério. Ele respondeu:
"O homem, pois ele engatinha quando pequeno, anda com as duas pernas quando é adulto e usa bengala na velhice."

Ao nos sentirmos esmagados com a pressão interna e sem saber como redirecionar nossos pensamentos, buscamos aliviar nossas tensões com atividades fúteis e pouco produtivas. Uma forma desesperada de afugentar a esfinge que vive em nós e nos devora diariamente.
Édipo conseguiu dominar sua mente e direcionar os seus pensamentos, desta forma deixou de ser um escravo dos seus pensamentos e emoções para se tornar o senhor do seu próprio destino. Ao solucionar o mistério, a aparente superioridade  da Esfinge foi abalada, ela ficou descontrolada e não podendo conviver com a frustração de ter seu enigma resolvido suicidou-se, lançando-se num abismo, e Édipo, como prêmio, recebeu o Reino de Tebas e a mão da rainha enviuvada, sua própria mãe.

Este mito nos ensina sobre a importância de exercitar nossa inteligência emocional. Quando somos capazes de identificar nossos sentimentos e emoções, somos capazes de controla-los, por isto é tão importante nos conhecermos e conhecermos as emoções do outro.
De acordo com um estudo desenvolvido pelos pesquisadores da universidade de Harvard e publicada na revista Science, mais de 49,6% do tempo em que uma pessoa passa acordada e executando uma tarefa, seu pensamento divaga para algo que não está relacionado a atividade que está sendo desenvolvida, isto gera um alto nível de insatisfação e frustração.
A inteligência emocional é o processo de percepção, avaliação, expressão, compreensão dos sentimentos de forma que possamos utilizar nossas emoções em prol do nosso bem estar, realização pessoal e para a manutenção de relacionamentos saudáveis em todos os campos de nossa vida. Para perceber, avaliar e expressar emoções precisamos ser capazes de identificar as emoções em nós e nos outros, este processo é conhecido como inteligência emocional.

Compreender a forma com os pensamentos e emoções são criados, é a forma mais perspicaz de não ser devorados por eles.
Portanto, usar as emoções a nosso favor é a forma mais inteligente de alcançar resultados positivos, pois ao nos tornamos capazes de manipula-las nos tornamos conscientes de nossas atitudes e das consequências que elas trarão a curto, médio e longo prazo.
Namastê!
Kênia Tatiane
Bibliografia:
BULFINCH, Thomas. O Livro de ouro da mitologia – A idade da fábula – História de deuses e heróis. São Paulo: Ediouro. p.152-153
Dica: 
Para os leitores que queiram saber mais sobre o Mito de Edipo, recomendo a leitura do livro escrito por Thomas Bulfinch:  “O Livro de Ouro da Mitologia”, é uma obra fantástica, uma ótima leitura para aqueles que gostam de mitologia, entendem sua importância e procuram conhecer mais.  

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