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quinta-feira, 6 de março de 2014

Os três pilares: respeito, confiança e admiração

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Nos dias atuais cada vez mais me surpreendo com a dificuldade de se criar vínculos. Seja pela falta de tempo, de afinidade, objetivos divergentes ou simplesmente devido ao stress do dia a dia, os relacionamentos se transformaram e hoje são fadados ao fracasso. Não existe dialogo, não há compreensão, não existe respeito. Respeito pela  individualidade, pelos sonhos e pela personalidade de cada um. Estamos o tempo todo tentando mudar o outro, tentando fazê-lo se adaptar a nossa realidade, a nossa existência, aos nossos desejos, e sofremos a mesma pressão. O grande problema é que quase nunca estamos dispostos a fazer o contrário.
Não conseguimos compreender a dinâmica da unidade na dualidade, da dualidade na individualidade, e do respeito mútuo. Estar com uma pessoa não significa ter de abrir mão dos seus sonhos, estar com alguém significa que você respeita esta pessoa o suficiente para não trata-la como qualquer um. Relacionamentos são baseados em três pilares:  confiança, respeito e admiração, se um destes pilares se rompe tudo desmorona, tudo se perde. Sem confiança não há respeito, sem respeito a admiração se finda e sem admiração não há relacionamento que sobreviva. Faz parte da dinâmica da vida.

Não somos capazes de amar alguém a quem não respeitamos, pois se não a respeitamos é porque falta confiança e admiração. Não amamos alguém que não confiamos, pois confiança é o que nos leva a admirar e respeitar o outro. Não somos capazes de admirar alguém que não seja digno do nosso respeito e confiança, pois precisamos de algo sólido a qual nos agarrar, não queremos alguém  ao nosso lado com quem não possamos contar, que não está disposto a lutar ao nosso lado, ou pelo menos, oferecer seu ombro amigo nos nossos momentos de fraqueza.
Não respeitamos o outro porque somos bons e elevados espiritualmente, não, respeitamos porque também desejamos ser admirados e respeitados, porque almejamos ser dignos da confiança de outrem. E de onde vem esta necessidade de admirar, confiar e respeitar o outro? Vem da nossa consciência de que sem estes três pilares não seremos capazes de criar laços duradouros de amizade, afeto e amor. É por isto, que algumas vezes vestimos nossas máscaras de super homens e mulheres que são autossuficientes e independentes e seguimos demonstrando uma força que acreditávamos não possuir, como se a solidão e a reprovação do outro não nos abalasse. Só temos de tomar cuidado para que esta força não seja confundida com arrogância e prepotência.
Não se mostrar aos outros sem máscaras não é sinal de superioridade, mas de insegurança, um medo quase infantil de não sermos aceitos como realmente somos: com defeitos e qualidades, de sermos abandonados por não sermos bons o suficiente para o outro.
Carregamos em nós um vazio e buscamos desesperadamente que o outro consiga preencher nossos anseios e que acabe com nossas dúvidas e frustrações:
“O inferno são os outros, projetamo-nos nos outros a nossa realização e aguardamos deles algo que amenize o vazio que nos habita.” (Jean-Paul Charles Aymard Sartre).
É tão difícil entender que não podemos controlar os sentimentos e pensamentos alheios, não conseguimos controlar nem nossos próprios pensamentos, não conseguimos nem definir os nossos sentimentos, aguentar nossas frustrações, compreender nossos anseios, como queremos controlar a individualidade do outro? Um pouco de introspecção não faz mal para ninguém, o grande problema é que nos trancamos em nosso mundinho particular, no nosso papel de mártir, a pobre vítima dos infortúnios da vida. E permanecemos ali avessos ao relacionamento humano. Não dá para se fazer de vítima o tempo todo e passar o resto da vida sentindo pena de si mesmo, encarando a vida como mera diversão, nem se esconder do mundo.
“Se as coisas estiverem mal, levante-se, vista-se e encare a vida!"( autor desconhecido).
Arcar com as consequências das suas escolhas errôneas e da sua impulsividade é o mínimo que se pode esperar de uma pessoa de caráter.
“Dois prisioneiros, em cárceres vizinhos comunicam por batidas na parede. A parede é o que os separa, mas também o que lhes permite comunicar-se.Toda separação é um vínculo". (Simone Weil)
Namastê!
 Kênia Tatiane
                   13 de nov. 2013    

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